31 agosto, 2011

Picoense de gema

Faz hoje exactamente um mês sobre o dia em que eu pensei que os tormentos da residência universitária iam terminar.

Uma breve visita aos SASUTL, no início de Agosto, fez-me mudar de ideia. Garantiram-me que tinham a residência universitária ideal para mim, longe do pandemónio que é a FMH. Além disso, fica a 10 minutos a pé do meu trabalho. E lá vou eu, de armas e bagagens, mudar-me para uma nova residência, bem mais pequena. Um apartamento para 13 raparigas (com uma só casa de banho com banheira - medo), quartos a dividir, apertadinho que dói, mas mais sossegado, garantiram-me. Vou inaugurá-lo exactamente hoje.

Estou há menos de dois anos em Lisboa. É a sexta vez que ando com as tralhas às costas. Ah! E é a 1ª vez na vida que vou deixar de ser suburbana. Vamos ver quanto tempo aguento.

Olá Picoas!

28 agosto, 2011

Jukebox



Because you gave to me oh so many things it makes me wonder
How they could belong to me
And I gave you only my dark eyes that melted your soul down
To a place where it longs to be

27 agosto, 2011

Asfixia democrática II

Isto é gravíssimo numa sociedade que se diz - e se quer - democrática. Gravíssimo.

25 agosto, 2011

Ao cuidado dos senhores "Asfixia democrática"

O PSD e o CDS-PP votaram hoje contra a audição de sete jornalistas sobre alegados impedimentos no exercício da profissão daMadeira, requerimento feito pelo Bloco de Esquerda.

(...)

Pelo PSD, a deputada Francisca Almeida relembrou que a Madeira possui uma Assembleia Legislativa própria, a quem compete, "se entender por bem", tratar dos assuntos referentes à região.


Claro. Todos sabemos o quão provável é este assunto ser tratado com justiça na mesma Assembleia onde manda o partido que sistematicamente maltrata o jornalismo feito na Madeira.

Pergunto-me apenas onde andam os acérrimos críticos da "asfixia democrática".

21 agosto, 2011

O meu namorado está de férias em Estocolmo e eu, para me sentir mais perto dele, fui ontem jantar ao IKEA de Matosinhos. Ou seria para me sentir mais perto da francesinha que eles estavam a servir por 4,20€?
As opiniões dividem-se.

Foi um prazer, Paredes de Coura

Sexta-feira fui, pela primeira vez na vida, ao festival Paredes de Coura. Sim, com 24 anos. E sim, é uma vergonha, mas foi-me impossível ir lá antes devido a certos e determinados impedimentos, nomeadamente alguns.

Começo com os defeitos daquele festival: meia dúzia de abelhas.

...

E pronto, são estes os defeitos do festival Paredes de Coura, o festival mais fixe onde eu já estive. Estar num festival e ver para o palco já é, de si, uma sensação incrível para alguém com pouco mais de metro e meio de altura. Aquele efeito de anfiteatro natural é incrível! Depois é o verde, a ausência de pó e de tendas VIP, são as pessoas, é... É Paredes de Coura. Sempre me disseram isto e hoje posso, finalmente, concordar.



Depois há a música. E houve muito boa música ontem em Coura. A começar com ...And You Will Know Us By The Trail of Dead. A banda rock com o nome mais comprido da actualidade e com os músicos mais feios do panorama musical deu um concerto curto, mas muito intenso. Foram 6 músicas. Só houve tempo para uma música do Source Tags & Codes e outra do novo Tao of the Dead, o que é uma pena, mas estes texanos deixam saudades. Voltem depressa, e com mais tempo. Combinado?

A seguir vieram os Battles, e eu fui conhecer a zona dos comes e bebes. Foi um concerto fortíssimo, portanto, sentada a falar sobre massagens, stress e um possível ingresso meu no mundo da agricultura, quando eu der em maluca.

Passado este intervalo fofinho, fui a correr ver Deerhunter. Devia ter ido devagar, e devia ter-me atrasado. Mas que raio de som era aquele? Devo ter perdido 20% de audição. Foi uma pena as condições sonoras estarem, digamos, merdosas, porque ainda por cima houve muito Halcyon Digest, um dos melhores álbuns que 2010 viu nascer. Além disto, decidem estender uma música até ao infinito mas sem qualquer pingo de criatividade instrumental, tornando o momento, na minha opinião, apenas aborrecido. Isto não se faz, queridos Deerhunter. Sobretudo depois de eu ter avisado todos os que me rodeavam que a banda que aí vinha era boa. Vocês são bons, mas ninguém acreditou em mim e eu sofri represálias.

Já os Kings of Convenience fizeram-me brilhar. "Ui, é agora que vêm os teus Kings? Vou adormecer!". Foram coisas como esta que tive de aturar, sendo ainda alvo de insultos como "és uma choninhas". Mas depois de um concertaço de Kings of Convenience, éramos todos choninhas em conjunto. Aqueles que desdenharam da banda antes de ela subir ao palco só sabiam dizer "wow!", seguido de vários elogios e penitências por não conhecerem a banda antes, ou não lhe terem dado atenção.

Não foi para menos. O concerto foi magistral.Os Kings of Convenience, dois noruegueses que foram, com certeza, brasileiros numa vida passada, souberam captar as atenções dos milhares de festivaleiros, num ambiente que não será o mais indicado para a sua música - mais amiga de salas fechadas. A viagem que fizeram pelos três álbuns teve ainda o bónus do seu bom humor. "É sempre divertido tocar em Portugal", disseram. Pois é sempre divertido ter-vos por cá, meus pequeninos. Voltem sempre, que eu lá estarei  a babar por vocês e a balbuciar pensamentos soltos em voz alta tais como "lindo!", "fofos" ou "ahhhhhhhhhhhiiiimnhaaaam".



Uma alma caridosa decidiu, em boa hora, filmar o momento em que os Kings of Convenience abriram o encore com "Corcovado", de Tom Jobim. 20 valores para o português de Eirik e mais 20 valores para o trompete vocal de Erlend Øye!

Uma nota final para o concerto que encerrou o dia, Marina & The Diamonds. Se aquilo fosse o festival da Eurovisão, já estava ganho.
P.S.: Eu odeio o festival da Eurovisão.

Paredes de Coura, foi um prazer. Até para o ano, se o João Carvalho assim o quiser, arranjando um alinhamento fofinho.

18 agosto, 2011

Queen of jealousy

A tarde de hoje em Paredes de Coura foi assim:

Foto: Hugo Lima

E a pergunta é:; não podiam ter esperado até amanhã para isto, pois não? Evitava-se o forte sentimento de inveja, misturado com arrependimento de não ter ido já hoje, que estou a sentir agora.

O que me vale é que daqui a 24 horas estou a ver os Kings of Convenience ao vivo. E antes ainda há Trail of Dead e Deerhunter. Ahhh, como a vida pode ser bela.

17 agosto, 2011

O mundo não é a preto e branco

É-nos tão fácil falar. É tão fácil criticar. Eu que o diga, que tenho um blogue a que recorro sempre que quero espingardar contra algo ou alguém. Na maioria das vezes estamos errados, porque na maioria das vezes só olhamos para um dos lados da história.

Hoje, no Jornal da Tarde, a SIC transmitiu uma peça que contava o drama de uma empreendedora de Guimarães, que queria aumentar a sua produção fabril de fiação (ou algo do género), mas não encontrava gente para trabalhar. O que não deixa de ser peculiar, numa zona como Guimarães, onde o desemprego é alto, precisamente porque tudo o que era fábrica fechou.

A patroa contava que apareceram algumas pessoas, enviadas pelo Centro de Emprego, e que arranjavam desculpas para não aceitar o lugar, ou que ao segundo dia deixavam de aparecer. Que era uma vergonha e que isso do subsídio de desemprego devia acabar, porque assim as pessoas não vão trabalhar.

De facto, é o que apetece dizer. Que diabo, estamos com 12% de desempregados e não aparece ninguém que queira trabalhar na fábrica da senhora.

O que a jornalista se esqueceu de perguntar foi quanto é que a senhora empreendedora oferecia de salário. Não é preciso ser brilhante para concluir que é o salário mínimo. A senhora não arranja ninguém. Será que já experimentou aumentar as condições salariais e ver se começam a chegar interessados? Calculo que não.

Conheço um senhor de 60 anos que recebe 1200€ de subsídio de desemprego. Já se sabe que, aos 60 anos, as ofertas de trabalho são próximas de zero. Mas o Centro de Emprego lá lhe arranjou uma entrevista. Era para ser comercial num stand de uma marca de automóveis de luxo. O que ofereciam? 480€ de salário + 35€ de ajudas de custo para gasolina, para atestar no depósito do tal carro da marca luxuosa que bebe como uma esponja. Nota: o comercial tinha de andar de cliente em cliente, a tentar vender os carros. O salário era capaz de dar para a gasolina, com alguma sorte.

Agora digam-me: quem, no seu perfeito juízo, troca um subsídio de desemprego de 1200€ pelo salário mínimo, de onde ainda vai ter de pagar a gasolina para trabalhar? As pessoas desempregadas continuam a ter responsabilidades. Continuam a ter uma casa para pagar e filhos para alimentar. Eu sei, é uma novidade chocante, mas é verdade. As responsabilidades não findam com a perda de emprego.

Gostava de perguntar à senhora empreendedora e a todos os que chamam 'parasitas' aos beneficiários do subsídio de desemprego (para o qual descontaram), o que fariam se estivessem nesta posição. Mas só aceito respostas sinceras, se não for incómodo.

Tenho noção. Na verdade, é das poucas noções que tenho. O rapaz é perfeito. 
Tirando aquele pequeno pormenor de eu ter de mudar toda a minha vida para 300km mais a sul. Isso mata-me um bocadinho.

12 agosto, 2011

Somos ratos a eleger gatos. E gostamos.

Depois do corte no subsídio de Natal; do aumento dos transportes públicos; da discussão sobre a TSU e de o gás e da electricidade deixarem de ser considerados bens essenciais e subirem 17 pontos percentuais, ao mesmo tempo que se continuam a distribuir cargos pelos companheiros, eis o nosso triste retrato



O final da fábula é variável. Já não prendemos comunistas. É mesmo irrelevante se elegemos ou não outro partido que não o bloco central. Mas continuar a eleger os mesmos gatos mas de cores diferentes? Até quando, porra?

11 agosto, 2011

Ontem


(este pela 2ª vez. e mais virão)

07 agosto, 2011

Jukebox



I get bored as I get older
Can you help me figure this out?

04 agosto, 2011

Finanças, essas brincalhonas

Há um ano e dois meses que ansiava pelo dia em que ia pôr de lado, para sempre, o meu malogrado livro de (falsos) recibos verdes (que na verdade são azuis). Pois esse dia chegou!!!!!! Urra!!! Viva o fim do meu livro de recibos verdes!!!!! Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhwgsihsçwoisj!!!

...

Emiti, agora mesmo, o meu primeiro recibo verde electrónico (mesmo online, continua a ser azul. Que ninguém ponha em causa o humor das Finanças, sempre a brincar com o pessoal).
Pensei que não seria abrangida pela obrigatoriedade de emitir o recibo electrónico, uma vez que não atinjo os 10 mil euros anuais. Mas as Finanças, essas danadas para a brincadeira, são também muito democráticas: quem não atinge esse valor pode continuar a passar os recibos em papel. Só que não pode ser um recibo das dezenas que me sobram no livro que eu já tenho. Não! Têm de ser outros, que teria de ir pedir às Finanças, e em que cada um custa 10 cêntimos. É de louvar a compreensão do Ministério das Finanças por quem ainda tem um livro para acabar. Deu-se ao trabalho de criar novos recibos a 10 cêntimos cada um, o que significa praticamente obrigar o pessoal a tratar da coisa online.

A pièce de résistence? Depois de emitir o recibo verde online, tenho de o imprimir para entregar à entidade patronal.


Aplaudo de pé a maneira como o nosso governo gasta o seu tempo. A pensar em esquemas brutais que não servem de nada, em vez de pensarem em como combater os esquemas brutais em que são colocadas milhares de pessoas a falsos recibos verdes. Andamos a brincar, não é? Como eu gostava de retribuir a brincadeira. Por exemplo com uma espingarda.

01 agosto, 2011

Tudo é possível

Quando o cenário parece negro; quando pensámos que temos um problema chato do qual não nos conseguimos livrar; quando achamos que somos olhados com desdém e alguma chacota pelos outros... Temos sempre de pensar que é possível sair em grande de tudo isto. Porque é.

O Benfica acaba de vender o Roberto por 8,6 milhões de euros ao Saragoça. Meus caros, tudo é possível neste mundo.